Uma grande preocupação de muitos pais é ensinar seus filhos a se defenderem. É comum que as crianças levem mordidas na escola ou que apanhem em disputas com amiguinhos na rua. A angústia e sensação de impotência dos pais faz com que tomem atitudes que não acrescentarão na formação de seus filhos como cidadãos de um mundo melhor. As mais comuns delas são:

  • Brigar com a outra criança. Isso pode impedir que essa criança bata novamente em seu filho mas, não ensina seu filho a se defender de outros ataques.
  • Brigar com os pais da outra criança. Uma das atitudes que tem menos pontos positivos. Além de não ensinar as crianças a conversarem sobre o assunto, gera mal-estar entre os pais e, muitas vezes, os pequenos voltam às boas, e os pais acabam tendo que engolir a antipatia mútua.
  • Ameaçar a criança com algo do tipo “se apanhar na rua, vai apanhar de novo em casa”. Nessa, você está querendo deixar seu filho com mais medo de você do que dos outros. Isso faz sentido? Os pais devem ser o porto-seguro dos filhos, a referência máxima de confiança e orientação dos filhos. Em última instância, seu filho vai sentir que, se não for violento, você não gostará dele.
  • Ensinar a revidar. Nesse caso, os pais ensinam aos filhos que devem bater nos outros quando lhe fizerem algo. Será que é o melhor caminho? Olho por olho, dente por dente deixou de ser lei por um bom motivo. Não se combate violência com violência.

Bom, excluídas essas possibilidades, qual seria a melhor forma de ensinar seu filho a se defender? Tente seguir esses passos.

1. Antes de mais nada, é importante trabalhar a autoestima da criança.
Quando estão mais seguros e confiantes, os pequenos tendem a expressar melhor quando algo lhes desagrada. Por exemplo, não bata em seu filho. Se ele apanha de você, por que não vai apanhar na rua? Evite também, gritar, humilhar e silenciar as opiniões da criança. Quando fazemos isso, fazemos com que achem que é normal apanhar e bater, gritar e ouvir gritos, seja em casa, ou fora.

2. Tentem o caminho mais razoável.
Pegue seu filho e chame a outra criança e pergunte calmamente por que o outro bateu. Pergunte se ele gostaria que fosse ao contrário e explique que não se deve fazer aos outros o que não queremos que seja feito conosco. Peça um acordo de paz.

3. Se o acordo de paz não funcionar?
Explique ao seu filho que nem todas as pessoas têm a mesma educação e que ele pode se afastar quando os outros o agridem. Na prática, significa: se ele te bate, não brinque com ele. Mas, a não ser que as agressões sejam mais sérias, não proíba. Eles precisam aprender a resolcer os próprios problemas.

4. Console.
Se seu filho ficou triste com o afastamento do amigo, mostre que entende que ele está triste. Não diga que é besteira porque para ele, não é! Explique que tem outros amigos que o tratam bem e que é melhor conviver com pessoas que nos respeitam.

Se queremos criar um mundo melhor, é preciso criar pessoas melhores, mais pacíficas e capazes de resolver seus problemas com argumentos e habilidades sociais. Caso contrário, seguiremos perpetuando o modelo de reação e vingança que vemos tão presente hoje.