Esta semana de volta às aulas, pode ser um tanto confusa. Muitas crianças estão indo para a escola pela primeira vez e outras, estranham a volta depois de passar um longo período em casa ou viajando agarradinhas aos pais. A adaptação é consenso entre especialistas mas, a forma de realizá-la costuma ser controversa.

Estudos realizados mostram que a forma como os pais lidam com seus filhos em momentos de chegada a novos ambientes e situações é determinante na adaptação completa ou não.

Seja na escola, alguma atividade extra-curricular ou grupo social, à primeira vista, quase toda criança se sente amedrontada em algum nível. É como ir a um país estranho. Qualquer pessoa fica apreensiva. Faz parte do instinto básico de autopreservação.

Agora, pense no que faria com que você se sentisse mais tranquilo em um ambiente estranho. Qual dessas opções te deixaria mais confortável?

  • Estar lá sozinho
  • Alguém dizendo ou brigando com você para que deixasse de ter medo
  • Alguém que você conhece e confia ficar ao seu lado até que você se sinta confortável e reconheça um pouco o ambiente.

Com a criança é a mesma coisa. A melhor forma de conseguir uma adaptação completa e sadia é ter uma pessoa de confiança para servir de apoio.

Vamos tratar de forma prática. Separei as fases da adaptação e as formas práticas de lidar com elas abaixo:

Primeira fase: Reconhecimento

Em um primeiro momento, tudo no lugar novo é estranho. O mais importante é fazer com que a criança conheça o ambiente, as pessoas. Chegue com ela no local de forma relaxada. Não há obrigações. Converse com as pessoas no local, mostre-se de forma descontraída. Isso mostra para a criança que você se sente segura, o que já é uma ótima referência para os pequenos. Não é a toa que se sentem bem conosco. Somos a referência em tudo para eles.

Segunda fase: Interação

Depois que a criança começa a se sentir mais tranquila no ambiente, você pode ser o seu incentivador. Ou seja, coloca-se em um local de fácil acesso e começa a pedir que a criança pegue um brinquedo, vá ver alguma coisa no local. Isso, promoverá a interação dela com o ambiente ou com algumas pessoas presentes. Aos poucos ela vai conhecendo essas pessoas e coisas.

Terceira fase: Distanciamento

É a fase mais difícil, normalmente. Quando seu filho já conhece as pessoas e o local e interage com eles, você deve ir se afastando. Nunca saia escondido. É importante explicar em poucas palavras que você vai se afastar mas, que volta em breve. Para diminuir o nível de ansiedade, comece fazendo saídas curtas do tipo “mamãe vai no banheiro e já volta” e volte. A criança começa a pegar confiança de que você vai voltar sempre. Aumente gradativamente as saídas até que consiga passar algumas horas fora da vista.

Quarta fase: Finalização

Agora que seu filho já conhece o ambiente, as pessoas e a situação, você pode deixá-lo sem medo. Ele estreitará os laços afetivos com as pessoas novas e logo dará um tchauzinho bem gostoso para você

Observações importantes:

Não há prazo definido para nada disso acontecer. Cada criança tem seu tempo. Quanto mais o seu tempo for respeitado, mais fácil serão as novas adaptações.

Não delegue isso a ninguém. Experimentos mostram que a presença da mãe (ou do pai) criam uma espécie de “poupança” de confiança. Ou seja, a criança vai até você, abraça, fica junto e toma coragem para explorar novamente.