Uma das primeiras palavras que surgem nas conversas de rodas de pais é autoridade. Todos tendem a concordar que a autoridade dos pais é indispensável para o desenvolvimento e obediência da criança.  Ela deve impor-se para que os pais sejam obedecidos e não questionados em suas decisões.

Em uma de nossas lives do Facebook, a discussão voltou a surgir. “É preciso mostrar à criança quem manda?”, perguntou a expectadora. É uma questão muito corriqueira nos meus atendimentos e que parte de uma visão de que a criança estaria tentando tomar o poder da casa, disputando-o abertamente com os pais. A verdade é bem mais simples.

Autoridade

O que faz com que uma pessoa seja considerada uma autoridade em determinado campo? Geralmente, a amplos experiência e conhecimento na área. Isso não significa que essa pessoa não pode ser contestada, até por que, se assim fosse, o mundo não teria evoluído e mudado tanto. Apenas significa que ela já pensou e conhece mais do assunto do que a maioria das pessoas e que provavelmente ela está certa. Não é diferente com a autoridade dos pais.

Se os pais tornaram-se pais no mesmo dia em que os filhos tonaram-se filhos, por que é “decidido” que os pais são quem manda e os filhos são quem obedece? Simplesmente porque somos mais experientes na vida. Estamos no mundo há mais tempo e sabemos melhor como as coisas funcionam. Entretanto, provavelmente, algum dia nossos filhos saberão mais do que nós em muitos aspectos em alguns anos. Quem de nós nunca foi considerado uma autoridade em tecnologia por um parente mais velho?

Essa autoridade é natural, leve e é fruto da compreensão desse processo. A segurança de saber que precisamos orientar nossos filhos naquilo que compreendemos melhor apenas para que eles venham a compreender futuramente, vai nos conferir a tranquilidade necessária para exercer essa autoridade.

Autoritarismo

autoritarismo é diferente e vem em das formas básicas:

  1. autoritarismo ditatorial: os pais acreditam que os filhos devem obedecer cegamente e sem questionar pois dependem dos pais.
  2. superproteção: ao tentar evitar qualquer sofrimento aos filhos, os pais o cercam não permitindo que faça nada por conta própria

Em ambos os casos, a criança ou se submete e abre mão da sua individualidade ou passa a sentir-se sufocada e briga constantemente com os pais por espaço, transformando a vida da família em uma eterna luta de poder.

 

Exemplos

Autoridade: filho,  é hora da refeição. Aproveite para comer agora porque depois só vai ter o lanche mais tarde
Autoritarismo: enquanto você não comer tudo, não vai levantar.

Autoridade: no parquinho você pode ir com um tênis ou um chinelo. Qual você quer?
Autoritarismo: você vai com esse!

Autoridade: vai esfriar, leve um casaco se não quiser vestir agora
Autoritarismo: tem que vestir um casaco para sair

Reparem que nos três exemplos, os pais exercem a autoridade (experiência) mostrando que há regras gerais como o horário da refeição ou uma vestimenta apropriada para cada local ou situação mas podem oferecer opções para o filho: comer ou não; sapato ou tênis; vestir ou não o casaco.

E por aí, você tem usado mais a autoridade ou o autoritarismo?