Como ter Paciência com os Filhos

Praticar criação com apego, construir limites e utilizar disciplina positiva são coisas que exigem uma boa dose de paciência por parte dos pais. Não é tão fácil ter jornada dupla ou tripla e ainda ter muita tranquilidade para ensinar aos filhos quando fazem algo errado.
Essa é uma das coisas mais difíceis para os pais. Quando vou a uma casa dar consultoria, é comum que os pais digam “ah… eu não consigo” ou “eu não tenho paciência, estou tão cansado(a)”.
Mas vamos lá. É preciso ter paciência. Então, como podemos fazer para melhorar a nossa?
Antes de mais nada, verifique se você está com as suas necessidades em ordem. É muito mais fácil ter paciência quando estamos descansados, ou seja, dormimos cerca de 8 horas por dia e quando tiramos um horário por dia ou por semana para relaxarmos fazendo o que gostamos. Sim! Cuidar dos filhos o dia todo é bem cansativo. Faça meia hora de academia ou os deixe com seu parceira(o) para dar uma volta sozinha(o) uma vez por semana. Esse equilíbrio ajuda muito.
Entenda que a paciência é uma habilidade e, como toda habilidade, pode ser desenvolvida. É como um músculo que, se estimulado, pode ficar cada vez mais forte.
O primeiro passo é encarar as cosias pela perspectiva de que o comportamento da criança é apenas um reflexo de como ela está sendo tratada e estimulada. Desta forma trazemos a responsabilidade para nós e esse é o primeiro passo para conseguirmos mudar alguma coisa.
Todos nós nos comportamos de formas diferentes em locais ou situações diferentes. Em um grupo no qual eu me sinta mais à vontade, me comporto de forma mais relaxada, natural. Onde estou acuada, posso ser agressiva para me livrar do perigo e, assim por diante. Com as crianças, não é diferente. Em ambientes onde são repeitadas e tratadas com carinho, costumam ser mais tranquilas e menos revoltadas. Também é verdade que o que os pais dizem ao seus filhos ou sobre eles, atua diretamente sobre seu comportamento. Quando se diz repetidamente que uma criança é bagunceira, ela começa a achar que esse é o seu papel. Por outro lado, se dizemos que é esforçada e que ajuda aos outros, ela tende a se comportar mais dessa forma.
Sabendo de tudo isso, fica mais fácil se controlar porque você terá um objetivo claro. Tratar o seu filho da forma como você gostaria que ele se comportasse. Se não quero que ele grite, não devo gritar com ele. Se não quero que ele brigue ou bata nos outros, não devo bater ou brigar com ele e assim por diante.
Mesmo assim, muitas vezes a paciência falta. Na correira do dia a dia, as coisas não são fáceis. O grande exercício é o autoconhecimento. Você reconhece aquele momento no qual está prestes a estourar ainda a tempo de mudar de rumo? Se não, comece a perceber os sentimentos que invadem você pouco antes de gritar ou bater em seu filho. Desse jeito será possível exercitar a paciência.
Quando você começar a sentir esse crescente de raiva, procure parar e olhar objetivamente para o problema. Por que seu filho está se comportando assim? Será que gastou energia suficiente? Ou teve atenção sua? Às vezes é muito mais eficaz parar e brincar com seu filho por meia hora e retomar o trabalho, do que ficar brigando com ele.
O grande salto da paciência ocorre quando começamos a enxergar os resultados dela. Quando começamos a tratar nossos filhos com mais respeito, percebemos que eles passam a nos tratar melhor também e a obedecer com mais facilidade. Aí, começa a ficar cada vez mais fácil resistir ao comportamento antigo.
Não significa que você nunca vai ter vontade de brigar de novo, nem que vai conseguir resistir todas as vezes. Mas, se deslizar, não hesite! Peça desculpas a seu filho e recomece!