Eu não sei vocês, mas uma coisa que me tira do sério são pessoas que arrumam desculpas para as coisas que fazem e que não dão certo. Ou que arrumam desculpas para não executar tarefas.
Esse é um dos comportamentos que, quando vejo nas meninas, me gela o coração. Para mim, uma das coisas mais importantes na vida é o senso de autoresponsabilidade. Por que? Porque a pessoa que se autoresponsabiliza tem menos chances de ficar parada, de se tornar uma vítima das circunstâncias. Pode mudar de vida quantas vezes quiser e sempre que sentir-se insatisfeita, infeliz com as escolhas que fez anteriormente. Mas onde começamos a ensinar essa autoresponsabilidade?
Em geral, desde que são muito pequenos. Ensinamos dando autonomia, e permitindo que a criança, por exemplo, jogue seus brinquedos no chão quando tem raiva e que sinta-se triste quando eles quebrarem por causa disso. Mas tem uma atitude que quase ninguém percebe que está conectada com esse aprendizado:
NÃO PUNIR AS CRIANÇAS
Como assim? Quando punimos, gritamos, batemos ou castigamos as crianças, em suma, estamos dizendo que não vamos gostar delas se agirem de determinada maneira, ou seja, se cometerem erros. Dessa forma, as crianças começam a colocar a culpa nos outros, passam a esconder os erros ou tudo aquilo que acham que pode estar errado. Tentam ser perfeitas e, se não der, arrumam algum culpado para suas imperfeições.
Se seu filho está tendo esse comportamento, é bem possível que você o esteja pressionando demais e pode ser muito saudável tirar um pouco o pé.
Isso não quer dizer que você vai deixar seu filho fazer absolutamente tudo. Aliás, assita no Youtube ou IGTV o vídeo “DÁ PARA EDUCAR SEM CASTIGAR?” para compreender como educar seu filho sem essas punições.
Mesmo quando deixamos nossos filhos lidarem com as consequências do que fazem, isso não precisa ser em forma de reprimenda. Para voltar ao exemplo do brinquedo quebrado, você não precisa dizer “viu só! Agora você vai ficar sem o brinquedo para aprender que não deve jogá-lo”. Basta dizer “eu sei que você está triste porque seu brinquedo quebrou”. Até porque, é essa a verdade, né? Ele não quebrou o brinquedo com nenhum objetivo de aprender. Ele quebrou porque, provavelmente, estava testando o que aconteceria e agora já sabe. E tem todo direito de senti-se triste com o novo aprendizado.
À medida que a criança cresce sem vincular a perfeição ao amor dos pais, ela terá mais facilidade em assumir o que fez e mais facilidade de aprender com os próprios erros, evitando que eles se repitam.
Por aqui, esse um dos dois comportamentos que mais observo (o outro é a forma como elas se relacionam umas com as outras) e, se o identifico, revejo todas as minhas atitudes.
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