Tem que pedir desculpas!

Será? Na disciplina tradicional é um passo importantíssimo mas, o que estamos fazendo?
Em geral essa obrigação do ato de pedir desculpas vem de um constrangimento, ou seja, os pais de cara feia, esperando que o filho peça desculpas por aquilo que fez, ou uma chantagem do tipo “enquanto você não pedir desculpas não pode brincar ou levantar do castigo, etc”. O resultado é que a criança pede desculpas e os educadores têm a sensação de dever cumprido. Mas, a verdade é que houve uma humilhação porque a criança não considerava que tinha feito algo de errado, porque não teve opção. Já pensaram em como é difícil pedir desculpas quando nos achamos certos? Não é muito mais fácil quando estamos convictos de que fizemos algo que não deveríamos ou não tínhamos a intenção de fazer? Corriqueiramente a atitude de obrigar a pedir desculpas tem, em crianças de personalidades mais assertivas, dois efeitos: logo depois de fazer algo, falam “desculpa” raivosamente para se livrarem logo dessa parte ou se recusam a pedir desculpas criando um embate direto.
O ideal é fazer com que cheguem às suas próprias conclusões. Os pais devem conversar com os filhos e perguntar o que eles acharam de determinada atitude, se gostariam que o mesmo fosse feito a eles. Por fim, podem perguntar se o filho acha que deveria ter feito aquilo. Se ele chega à conclusão de que não, então explique que, quando é assim, nós podemos nos desculpamos e nos oferecermos para reparar o erro, quando isso for possível.  Depois de tudo, elogie seu filho por ter revisto sua posição. Se ele disser que não quer pedir desculpas, não é o fim do mundo. Lembre-se que estamos trabalhando no médio prazo. Permita que ele tome essa decisão porque, quanto menos se sentir pressionado, maior a chance de passar a pedir desculpas naturalmente.

Mas, como sempre, o melhor remédio é o exemplo. Eu já falei disso aqui outras vezes mas, vale repetir. Se você gritou, falou palavrão, ou fez qualquer outra coisa “errada”, segundo a educação que dá aos seus filhos, peça desculpas a ele. Assim ele aprende que não há problema em errar, desde que assumamos as consequências de nossos erros.